A Almeida Fernandes |
Armando de
Almeida Fernandes nasceu em Britiande, freguesia do concelho de Lamego, a 26 de
Novembro de 1917. Faleceu em 2002.
É considerado um
dos maiores estudiosos da época medieval portuguesa.
À data da sua
morte, tinha publicado cerca de 70 obras.
Após a sua morte,
foi instituiu o Prémio “A. de Almeida Fernandes – História Medieval
Portuguesa”, com o objetivo de homenagear este Historiador Medievalista e
incentivar a novos estudos sobre a Idade Média.
Almeida
Fernandes colocou o Soito no mapa das povoações romanas.
Em 1968 publicou o livro “Paróquias Suevas e Dioceses Visigóticas”, no qual afirma que o Soito é uma antiga “civitas romana”, que era uma paróquia com preponderância na zona e que, por isso, é citada no paroquial visigótico como sendo a paróquia mais a sul da Diocese de Caliábria.
João Luís Vaz, numa homenagem a Almeida Fernandes |
Em 1968 publicou o livro “Paróquias Suevas e Dioceses Visigóticas”, no qual afirma que o Soito é uma antiga “civitas romana”, que era uma paróquia com preponderância na zona e que, por isso, é citada no paroquial visigótico como sendo a paróquia mais a sul da Diocese de Caliábria.
Esta diocese abrange todo o
território da chamada Riba Côa e ainda mais algum situado na margem esquerda do
Côa. O Soito ficava dentro desta diocese, que aparece citada em documentos a partir de 633 e referida expressamente
como diocese na “DIVISIO WAMBAE”, atribuído ao rei visigodo Wamba, que reinou
do ano 672 a 680.
Esta “Divisio”,
conhecida como “Provincial Visigótico”, relaciona as dioceses católicas
visigodas da Península Ibérica.
O “Provincial”
refere a diocese nos seguintes termos: “Caliabria teneat de Sorta usque
Albenam, de Sotto usque Farum” = Caliábria abrange desde Sorta até Albenam,
desde Sotto até Farum .
Segundo A. de Almeida Fernandes, Sorta limita a diocese a Oeste e corresponde
à atual povoação de Lapa, Albenam corresponde a Alva, na atual fronteira
portuguesa com a província de Salamanca, Sotto corresponde ao nosso Soito,
limite a sul e Farum, a norte, corresponde a paróquia existente no que
atualmente é conhecido como Monte Faro sobre o Rio Tua.
A. de Almeida Fernandes afirma que o
Sotto citado como limite da diocese é o nosso Soito e é referido no documento
porque era uma antiga “civitas romana” e paróquia visigótica, com preponderância na zona.
A referência ao Soito no documento do século VII como
a paróquia que limitava a sul a nova diocese diz-nos que a nossa paróquia era a
mais importante, a mais conhecida, a mais facilmente identificável na zona.
Tendo em conta que a Igreja sueva e visigoda
conservou na sua organização, as antigas divisões territoriais do Império
Romano, temos de concluir, com Almeida Fernandes, que o Soito, referido no paroquial do século VII, era
uma paróquia do antigo Império Romano.
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